Vitória

"Tudo que morre é sagrado e remove as montanhas com todo o cuidado..."(Simone)

Ouvindo Simone lembrei de Vitória.

Numa manhã de segunda feira, fui premiado com a companhia de um então desconhecido, que me apresentou Vitória. Criança, segundo o pai, sua estrela, sua professora, sua flor, sua luz...assim me foi descrita, assim eu entendi, percebi tentei ver.

Nascida de um nascimento que não existiu...presente como o sol que nasce toda manhã... presente que não se pode tocar.

Talvez tenha sido o desejo maior de duas vidas que se unem, ou quem sabe...o fruto de um encontro impensado... mas lindo, Vitorioso.

Como aconteceu? não sei...como padeceu? não sei... como terminou? também não sei.

Sei porque vi... uma enorme tatuagem, forte encravada em um dos músculos mais fortes do braço direito de um homem, que fala da Vitoria como ... não sei qualificar...mas senti que estava com o coração cheio de amor, os olhos rasos de lágrimas. Mas eram lágrimas de carinho e de saudade. Saudade...

A alegria de um filho na vida é tão grande...imensurável, e o carinho com que aquele motorista de táxi falava, falava não...recitava sobre Vitória, me encheu o coração. O percurso ficou longo quando passei a imaginar o que se passava por aquela cabeça, por aquele coração que num desabafo, me fez conhecer um pedaço de sua vida, antes e depois de Vitória, sua luz, seu caminho.

"...ainda me dói muito..." assim ele avaliou o seu presente quanto à lembrança. Quem foi Vitória? perdoem, mas foi um dos poucos exemplos de vida, que pouca vida teve, mas muita vida deixou...

Como foi bom te conhecer, Vitória.

"A abelha que faz o mel vale o tempo que não voou..."

"...todo dia a de se viver...todo dia vou te ver passar..."

"...o destino que se cumpriu..."

(Simone)