Futuro verde.

Estou me transformando, em uma jovem arvore, e logo em um futuro breve, serei uma grande arvore, mas como tudo na vida tem fases, para estar aqui, tive que vencer as minhas, passando por um procedimento, como todos os meus antecedentes, antes fui apenas uma sementinha, que foi semeada, e pela natureza, fui bem cuidada, para que pudesse crescer florir e amadurecer, para a evolução continua. Agora sou uma jovem arvore, e como todas, já com esperança de um dia florescer, e em meus galhos, lindos frutos um dia poder ter.

Sou bela, muito verde, tenha lindos galhos, os quais produzem em meu tronco, belas sombras, amo o que sou, amo a natureza, que me envolve com sua beleza, e tudo que nela existe, é por mim admirado, os animais, os riachos com os peixes que neles vivem a dar seus espetáculos, saltitando da água, como quem quisesse me dizer, ola jovem arvore, é um prazer… e de todo beleza, a única qual invejo, é a da borboleta, ela vem, pousa em minhas folhas, e com suas lindas azas, voa de um lado para outra, leve, livre, a sua liberdade e tamanha, que me causa certa inveja, os pássaros sempre pousam em mim, para entoar sues lindos cantos, todos, de todas as espécies… já presenciei muitos acontecimentos, sena de brigas, de amor, carinho, até nascimento eu já vi, me sinto tão honrada, quando uma mãe passarinha pousa em minha galhada, e constrói um ninho, me sinto responsável, pela segurança do futuro bebe pássaro… Hoje um casal de humanos passou horas a descansar em minha sombra, e conversavam sobre seus futuros… e pela primeira vez, senti medo, abrigava em minha sombra, alguém que planejava futuros, de qual eu não fazia parte, as minhas raízes, chegaram a tremer de medo, um futuro sem arvores, como será? Não consigo imaginar, agora comecei a entender o porquê, meus pais não estão mais aqui, e porque eles fizeram parte, talvez do futuro dos pais daquele casal, e eles devem ter feito com meus pais, o mesmo que hoje, os filhos deles querem fazer comigo, me destruir, e mal sabem eles que, estão destruindo não apenas a mim, e sim, a eles próprios, posso dizer que estou em extinção, sou umas das poucas que restam por aqui, meus pais tiveram a oportunidade de semear frutos, dos quais eu nasci, mas parece que a humanidade tem presa de evolução, ou melhor, “destruição”, tanta presa que, nem terei tempo de florir.

Uma jovem arvore, sem futuro, sem vida, com medo do anoitecer, por que a cada amanhecer se aproxima o fim da nossa existência, a cada dia que passa, diminui o numero de pássaros, a pousarem em meus galhos, que hoje de sede passaram a murchar, pois os rios que de peixes antes saltitavam, já estão a muito desaparecidos, borboletas a qual invejavam, são raras aparições, minhas folhas começam a cair, sinto que não presenciarei os próximos brotos, minha vida se aproxima do fim, e a quem posso recorrer, se os únicos beneficiados são os causadores de minha destruição… mas sempre a esperança, e quem sabe, uma boa alma, pense pelo mundo, que se recusa a fazer o mesmo, alguém com consciência, de que o futuro só existirá, com a preservação, peço pelos frutos que provavelmente não venho a produzir, por aqueles que já foram, peço principalmente, pela vida de vocês, pelos filhos de vocês, peço pela vida, peço, PRESERVAÇÃO.

Daiane Garcia *eumesma

11 de junho de 2008