O Parque da Infância

Olho vagamente e num lampejo precipitado erro em concluir que tudo estava exatamente como dantes.

Que os brinquedos estavam depositados precisamente nos mesmos lugares.

Bastou me sentar em um banco qualquer, e olhar com mais apuro a minha volta pra certificar:

Nada mais ali era como nos meus tempos de menina. Estação de infância bendita, onde minha inocência de criança via esse parque como um lugar de Encantos...

Cada brinquedo me remete a uma história. Meu compromisso era nada mais que dar conta de passar alegremente por todos eles.

Mas os brinquedos não são mais os mesmos, completam o acervo outro que não faziam parte daquela Era.

Talvez seja pelo fato das crianças não serem também as mesmas.

Pode ser que muitas não tiveram tempo nem interesse de passear pelos “meus” brinquedos.

E o que dizer de mim...

Eu também não sou mais a mesma. Entretanto, mantenho empregado em meu coração o mesmo deslumbramento de criança.

Meus olhos ainda brilham com a mesma intensidade quando eu nesse parque me encontro.

Mesmo sabendo que o mundo lá fora não pára e me chama insistentemente às responsabilidades. Fico aqui alguns minutos parada, inerte, imersa em minhas lembranças.

Hoje inevitavelmente meus compromissos se estendem a cumprir o circuito de brinquedos do parque. O Celular já toca desesperadamente pra me acordar dessa viagem e trazer-me a realidade cruel de desenfreada que fazemos parte.

Não posso negar que me transformei com o tempo, mas guardo em mim, blindada e intacta a inocência de criança que coloco pra fora quando preciso sorrir.

(JR**)

Josi Renata
Enviado por Josi Renata em 16/10/2009
Código do texto: T1869414
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