vivendo e errando

Talvez seja a suscetibilidade ao erro a propriedade mais proeminente do ser humano. Do contrário, qual seria a finalidade da vida? Para que viver se, ao nascer, todos já tivéssemos experiência de vida suficiente para nunca cometer erros?

Errar é inerente ao ser humano, fato este tão inegável que já se tornou jargão, para consolar quem sofre com erros alheios ou para quem erra justificar seus enganos. No entanto, nunca estamos preparados para acreditar nesse fato nem para lidar com ele.

Quando nos julgamos prejudicados por uma pequena falha na conduta alheia, normalmente desenvolvemos certa decepção, por vezes capaz de evoluir para rancor e, cronicamente, para mágoa. Tratamos a relação interpessoal de confiança como algo indissolúvel e eterno, e quando um dos lados solta a corda, o orgulho sobe às nossas cabeças e nos sentimos enganados, trapaceados. Essa relação realmente é indissolúvel e eterna; o problema é que ninguém consegue segurar a corda indefinidamente. Não é necessário desconfiar de tudo e de todos, todavia convém ter cautela para compreender que todo ser humano, em algum momento, deixará de segurar a corda. E sempre que isso acontece, surge a oportunidade para desenvolver a faculdade humana que torna útil a existência do erro: o perdão.

Cabe, a cada um de nós, decidir se é melhor colocar o orgulho à frente e procurar outros parceiros para segurar a corda (às vezes sem sequer esperar encontrá-los), ou reconhecermos que não somos perfeitos, abaixar a guarda e perdoar, permitindo que a pessoa queria segure a corda novamente.

Honda
Enviado por Honda em 06/07/2006
Código do texto: T188547