Recondensar

I

Um aceno de adeus,

Enterrado pelas mãos do tempo

Eu desvio o olhar...

Tudo é reduzido.

Um pulso, taquicardia...

Minha mão tremula segundo sim, segundo não...

Neurose, arritmia

Papel vira teclado

Cama, cadeira

É tudo psicossomático?

A constante está fugindo

As variáveis migram de condição:

Verdade, mentira, razão?

Não posso confiar em ninguém...

As variáveis escorrem do papel

A constante desaparece na pergunta:

O que é estável?

II

O ponto não move além dos parâmetros do infinito

Que progresso terei eu?

Retomo minha constante,

Mas opero sem papeis

As variantes são poucas,

A verdade não exige artifícios externos...

Oblitero o outro lado da linha...

Liberdade!

Fico sem contraponto, fragmentado...

Ou estável ou infinito?

Em pura Di-cotomia, di-lema...

III

Sim, não, sim e não...