Sou no que ando por aí
Perco as palavras com o movimento
De pensar em eternizar
Em qualquer pedaço de papel
Um desvio que minha mente concedeu
Um vício que tenho
De nunca conformar
Antes de saber se estou contente.
Era medo, mania, não havia razão
Porque, antes, era assim, como se fosse
Um aperto de mão.
Mas, sem caminho, ele mudou sua rotina.
Pois viu que a estrada é larga e segura
E sempre leva na mesma direção.
Mas, ele não queria mais ir,
Naquela direção.
Sentia que sua batida
Elevava seu pensamento
Com a vida seguindo adiante
Por qualquer caminho errante.
Era um passo pro espaço
Que fosse um ditado
Não existiria outro lado
Apenas um segundo
Que conteve o maior erro.
Eu era naquilo que acreditava
O que sou no que ando por aí.
Meus pés que não crescem raízes
Valorizam os cantos de chão que pisam.
Eu era centro, agora sou terra.
No que me vi de ego, vi a fome no outro.
Não podia negar
Que existia outras condições.
Então, mesmo criança,
Surgiu na minha cabeça
Revolta com aquele estado
Que descaracterizada
Que não foi
Caracterizado.
Se não fosse doutor
Seria peão,
Se escolhesse pensar
Iria pro chão.
Eu era rei do meu pensamento
Não era dono
Da minha condição
Humano
Livre.