(...) 24 de abril de 2004, depois de Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres.
O sentido da minha existência está no fato de eu ser mulher, estar mulher. Estou no mundo como mulher. Sou mulher por que estou no mundo. O mundo só é mundo por que sou mulher. Fazer-me mulher é a essência divina da minha vida – existência. Meu esplendor, minha graça. Eu.
Sou agora um todo e uma metade, desejosa de TER, de realmente SER; buscando o sentido de ESTAR e VIVER. VIVER é a melhor parte do ser que É, TEM e ESTÁ e, ainda FAZ. FALO-EI, então para TER, pois ESTOU VIVA e isto me importa.
Obrigada, esplendido ser que me acompanha.
O prazer existe em sentir o que não tem sentido. Em ser o que não existe. Em ter o que não convém. Em viver o inexplicável.
Aí está a ira do meu ser, a paixão da minha existência.
Muito obrigada Clarice Lispector.