Ignorância

Deve-se obrigar um ser humano a crescer, mesmo que ele se recuse a isso?

Deve-se dar responsabilidade a quem sabemos que não poderá responsabilizar-se totalmente por seus atos?

Deve-se dar independência a quem dificilmente poderá ser independente por completo?

Deve-se abrir mão de projetos e sonhos pessoais para tentar incutir sonhos e projetos em quem não tem noção de quão importante isso seja?

E se deve usar de firmeza e rigidez para tudo isso, ainda que por dentro terminemos destruídos?

Mas como entrar na mente de um anjo que não se dá conta de seu próprio crescimento, de seu corpo modificado e de sua ingenuidade que, ao invés de suscitar orgulho e emoção, torna-se perigosa num mundo deformado pelo veneno da falta de escrúpulos, de delicadeza e, principalmente, de real amor?

Algumas perguntas tem várias respostas; outras não tem resposta nenhuma. Porém, o que fazer quando intuitivamente sabemos as respostas, mas não as aceitamos?

Talvez esta seja mais uma pergunta sem resposta.