Amarras de sentimento

O ser humano busca um amor como o próprio ar que o ajuda a sobreviver, sem qualquer chance de desistência, fura a realidade com algumas ilusões fraudulentas, por sua vez, a raiz da questão não é a incerteza que trafega na visão desse caçador de sonhos reais, muito pelo contrário, a veracidade que paira no coração de um buscador de sentimento é a chance de amar aflorada na sensibilidade da pele transpirando realizações nos poros do olhar.

O rol do pensamento é uma navalha a procura da pele. Simples toque. A visão do antes e o agora alargado pela nova aparição. Um som, apenas uma camuflagem muda o tom do momento, bum! Bum! Bum! Bum! O coração não aguenta a sincronia do olhar em direção voluntária do olhar alheio. A boca aguada e sufocada na vontade sem precedentes, o único desejo que fecunda nesse instante é o sabor da boca desejada.

O toque é o diagnóstico da paixão, a fúria que sai da raiz do momento e fica chamuscado no pensamento como fogo aceso fazendo brasa na madeira de lei. Por trás desta maravilha, existem inúmeras reações desconexas e fraturadas a pedido do amor, da entrega, da mágica. A face das mãos procura o rosto do agora, sente a volúpia da sensação e mastiga o gosto delicioso da vontade de tocar na intimidade que os lábios condizem.

É tanta vontade que perde-se até o fôlego. Antenados na reação que acabou de acontecer, faíscas soltas no olhar e na vontade, pura reação do coração com a paixão. Chama-se a oportunidade, sem idade para começo nem para término, a condição de mensageiro da entrega flagela a dúvida... Será que devo avançar? Será que devo beijar? Será que devo amar? Ou será que devo recuar? São tantas perguntas que calam o coração por um instante.

A decisão não poderia ser outra. Posso ganhar um não, mas com certeza, será o risco mais valioso que já corri em toda minha vida, sem falar que posso ser jubilado com o sim verdadeiro e certeiro. Espere um instante! Deixe-me revisar o check-list do meu coração: estou apaixonado, sinto um fogo no peito quando estou perto do par, existe retribuição, olhares se cruzam, vontades são recíprocas, olhares que denunciam e vontades que anunciam. Pronto, tudo está onde deveria, não posso esperar mais. Amor, aí vamos nós.

ZUKER
Enviado por ZUKER em 16/02/2010
Reeditado em 19/02/2010
Código do texto: T2089821
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