Cruz

Quero ser do tempo o pó

Aquele pó levado pelo vento

Que viaja sem pedir licença

Invade sua casa

Se acomoda por um tempo

Depois é tirado e posto para fora.

Depois entrar em outra casa

Ficar um tempo

Se a dona tiver um pouco de preguiça

Uma falta de tempo

Para me tirar da prateleira

E me colocar para fora novamente.

Nessa brincadeira de ser o pó

Voando pelo tempo, pelo espaço

Vou conhecendo as pessoas

Conhecendo suas vidas

Alegrias e dores

Problemas e suas soluções.

Talvez assim eu aprenda

Que todo mundo tem problemas

Que nenhuma vida é fácil

Que cada qual tem sua cruz

E não existe essa de disputar

Qual é a cruz mais pesada.

Cruz é cruz

Pesa do mesmo tanto

Tanto no meu

Quanto no teu ombro

Cada qual sabe

O quanto lhe pesa a sua.

Gisele Morgado
Enviado por Gisele Morgado em 29/03/2010
Reeditado em 05/12/2011
Código do texto: T2166568
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