Tentativa
Tentei fazer diferente.
Tentei manipular meus conceitos e valores
Para divisar as condutas pelo avesso,
No intuito de explicar como as regras
Passaram a ser exceções.
Tentei improvisar.
Tentei não ser o óbvio e careta.
Busquei nos meus maiores preconceitos
A origem de uma nova forma de pensar.
Tentei subverter a ordem das minhas idéias e gritar.
Gritar aos quatro cantos do mundo
A idiotice de não contestar.
Encontrei nos rostos a reprovação
Do que para mim era a regra.
Me senti a exceção.
Descobri o quão perniciosa é a intuição.
Vi os valores a solavancos,
Sendo retoricamente pregados
Tanto o quanto espezinhados de forma vil.
Tentei, como o filho pródigo, retornar.
Sem sucesso.
Me encantei com a inconsciência,
Com a magnitude do reconhecer,
Ser espectador que aplaude e ator que acena.
Entendi que a diferença reside no tentar.
Viagei.
Hoje colho os louros da minha insólita odisséia.
Não me arrependo de nada.
Ao menos, TENTEI...
E continuo a tentar.