De novo outono...

A proporção que o tempo passa, as mudanças em mim se instauram de forma irreversível, minha pele murcha, meu corpo engorda e meus olhos incham todas as manhãs.

Agora tenho pressa. onde era normal ter tempo, tenho pressa de viver.

É como se a minha casa já não fosse minha e nem fosse meu este lugar. Aos poucos vou-me curvando a tristeza, acomodado-me as dores físicas e psiquicas que fazem do meu dia a dia um eterno arrastar de correntes.

Desejo um outro presente... quero um futuro menos cinzento, menos vázio, mais ameno... Lutar cansa.

É de novo outono, minha estação do ano... Onde o passado volta impiedoso aos meus pensamentos e as lembranças me enfraquecem diante do presente.

O outono... minha estação, este ano esta tão diferente, com dias tão quentes...

Preciso do frio, do sol frio, dos ventos frios, pois só assim minha alma se acalma e a minha tristeza encontra sua rima, a paz e eu, o meu lugar. No outono e no murmurar dos ventos do norte, em meio a um céu azul e um sol frio. No silêncio do outono, nas folhas mortas que rodopiam ao vento, rumo ao chão, quando caem das arvóres em sono profundo.