Ser Carente

Será que um dia eu serei a chegada esperada na vida de alguém?!

Será que um dia eu serei prioridade, primeiro lugar, ficando atrás somente de Deus?!

Será que alguém verá em mim alguém único e insubstituível?!

Será que eu chegarei primeiro na vida de alguém e serei a primeira abrindo portas para outras chegadas?!

Será que um dia eu serei uma bênção, resposta de oração, para os joelhos cansados de alguém?!

Acho que me perdi de quem me colocou no topo e eu com minhas ‘nóias’ não me dei conta, não sou mais a primeira alguma coisa boa marcante de alguém.

Não fui a primeira melhor amiga de uma de minhas primeiras melhores amigas.

Não fui a primeira filha, fui a terceira e fui inesperada.

Ou seja, também não fui a primeira irmã, muito menos desejada.

O problema que encontro nesta minha carência, não é exatamente não ter sido a primeira em algo, justiça seja feita, fui a primeira namorada dos dois namorados que tive. E sei que eles dizem “... foi minha primeira namorada”, cada um com seu simbolismo, seu apelido particular, sua critica ou qualidade para verbalizar minha pessoa.

Mas minha insatisfação é não ser única para a vida de alguém. É não ser exclusiva, ser especial tantas pessoas são...ser especial para mim já é rotineiro (e isso não é soberba, é que em meu caminho buscando ser aceita, ser amada, tento tecer bem o cativar). Gostaria de ser a ânsia de alguém, suprir um espaço que faltava na vida de alguém.

E não quero com isso ser cruel, injusta, ou desvalorizar os que me amam. Claro que sei que vocês me amam, e isso têm sua suma importância. Mas ainda não fui (...), mas ainda não sou, mas espero um dia ser.

Dentre os que amo estão meus preciosos que querem e me fazem me sentir singular, na verdade o problema esta mesmo em mim, é, isso mesmo, o problema é comigo. Não se culpem por esses pensamentos que me atingem. Tamanho é o desespero que me ponho a refletir, nunca ninguém sentiu ciúmes de mim, ciúmes do tipo, eu ofereço ameaça pra alguém, exemplos, pra uma nova amizade de uma amiga minha talvez, a única que vivi isso, a terceira pessoa, a que era nova na história e se inferiorizava diante de mim (não que eu achasse isso bom, não achava, de verdade) “venceu” e se tornou tão grande que quem ficou bem pequenina na história foi eu, ate que me retirei. Ah, uma menina teve ciúmes de mim porque achava que eu era muito especial, mas nessa situação eu já era ex (não ex-especial), ela era a namorada do meu ex-namorado, normal não é, ela ter ciúme do passado dele. Na verdade o ciúme não era de mim, era do passado dele que foi comigo, mas que poderia ter sido com outra menina. Enfim, não sei se me fiz entender, não sei o que entendi deste escrito, além de que ele me serviu de desabafo e desembaraço para muitos nós que carrego em mim. Ciúmes eu tenho de muitos seres que foram os primeiros, e eu fico apreciando até onde suporto esse masoquismo de me ver como secundária, terciária, infelizmente sinto pontadas de inveja de quem vive o prazer de dormir e saber que ele tem um lugar, o qual ninguém irá tirar, ele é bem assegurado do que é cabível somente a ele, e essa inveja não é que eu queira mal a quem eu sinto, é uma inveja de que eu queria ser assim para alguém ao menos uma vez na vida também.

Vergonha de sentir tudo isso, de não sentir o que deveria, de pensar o disfuncional, de não ser saudável.

(06/04/2010)

P.S: Esse texto tomou um rumo incontrolável...vomitei...

Rafhaela de Andrade
Enviado por Rafhaela de Andrade em 06/04/2010
Reeditado em 09/04/2010
Código do texto: T2179825
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