Oh, estímulos intermináveis!

Ate quando um indivíduo é capaz de suportar tantas reflexões acerca do ser tão desejado?

Que capacidade é essa de criar tantas hipóteses... com essa infinidade de estímulos incessantes, permitindo que eu me afogue nas profundezas do meu querer!

Oh, estímulos intermináveis... tão agradáveis a minha percepção sináptica! Não vês que tens a capacidade de desregular todas as funções celulares do meu corpo? Minhas organelas não funcionam mais como deveriam e diante de um simples toque na minha nuca, tu me faz navegar sem colete salva-vidas em mares a muito tempo esquecidos...

Será que não percebes que essa energia que emana do meu ser está tirando o foco da minha razão e lançando meu músculo estriado, vulgo coração, à devastadora correnteza?

Pobres artérias do meu corpo, pulsando a 140/80 mmhg... são mais de 180 bpm e eu aqui no meio desse furror de artérias e trovejar de ancas, inerte sem saber se me convido ou se espero o tão desejado convite...

Ah, pobre criatura sou eu... que não aprendi a nadar e vivo a engolir litros neste mar de lágrimas...

Dhea Pires
Enviado por Dhea Pires em 09/04/2010
Reeditado em 21/04/2010
Código do texto: T2187540