Quem vive do trabalho vive alimentado para o sono

“Quem vive do trabalho vive alimentado para o sono”.

A frase escrita ‘a giz na lateral de um vagão de minério, em Volta Redonda, na boca da usina devoradora de ferro e de carvão, me chocou profundamente.

Entendí, instantaneamente, a terrível situação daqueles para quem o cotidiano é da labuta, do encher a barriga como for possível, se reproduzir, dormir. Sonhar, talvez...

Percebi que devia ter sido escrita por alguém insone, um tremendo filósofo de plantão.

Naquela noite, há muitos anos, eu também não consegui dormir.