Relatos: A um passo de morrer.
How can one breathe, knowing that within seconds the pain will be strong block of his own soul?
A um passo de morrer.
A voz que ecoava até a mim era pura e clara. Aquela voz que você já está acostumada em ouvir por anos e anos, a mesma doçura própria que só aquela voz tem. A voz que lhe deixa firme para suportar todos os grandes problemas. Você entregaria a vida àquela voz. A voz de uma criança, de seu próprio filho.
Com tanta violência e destruição, eu sabia que não conseguiria.
A voz de anjo, soada em mil gritos agudos e roucos era mais torturante do que à própria dor física em si. A dor física poderia evitar de ser sentida se eu a ignorasse. Mas no meio da impureza, aquele sangue derramado, não consegui ignorar.
A voz era um gemido, como uma faca cortando o meu coração. No meio das veredas sombrias, eu não conseguia me levantar. Respirar era um processo doloroso. Eu ainda era apenas uma. Fraca.
Então cedi, começei a chorar. O mundo perdido na violência, eu ainda perdendo meu próprio filho. Não me importava de ir, mas queria que ele aguentasse toda a tragédia que marcaria seu passado.
Vê-lo incapacitado era mais sufocante do que a minha própria morte, que aconteceria em segundos.
Eu não respirava mais.
Como alguém pode respirar sabendo que um bloco de dor forte tomara conta da própria alma?
A dor era clara, eu podia vê-la. A voz agora não falava mais. E nem falaria.
Mas, não deixaria vestígios.
Jamais quis uma vingança.
Só deixei minha alma flutuar. Eu queria fugir daqueles seres tão ignorantes, tão egoístas.
E meus olhos foram se fechando em um movimento involuntário.
A morte não era nada.
A dor passaria.