Pesadelo

Mamãe, eu tive um sonho tão ruim

As pessoas tinham preços como brinquedos

E na TV a lágrima de tornara sensação

Todo mundo corria demais

Todos atrasados para lugar nenhum

Nas vitrines se vendiam os sonhos e os sentimentos

Até os sentimentos, mamãe!

O amor era banal e prazer era oco

Tudo meramente casual

E ninguém vivia para si mesmo

A vida havia se tornado um jogo perigoso

Uns jogavam enquanto outros assistiam e apostavam

E o que se chamava de união

Não passava de uma corda que sufocava todos juntos

Todavia ninguém percebia

Porque ninguém enxergava nada além do conveniente

E eu gritava, mas ninguém me ouvia

Eu chorava e ninguém me acolhia

Eu morria, mas ninguém se espantava

Pois a morte já era tão normal

E eu não era ninguém especial

Apenas a natureza me acolheu

Ela era a única que se manifestava

Ela não aceitava calada o mal dos homens

Ela revidava!

Ela queria mostrar que estávamos nos autodestruindo

Só que no relógio de quem entendia

O tempo marcava “tarde demais”

Mãe, não chora, foi só um sonho

– É meu filho, foi só um sonho

Você é muito especial pra mim...

Tarcio M Machado
Enviado por Tarcio M Machado em 28/06/2010
Código do texto: T2346353
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.