Pesadelo
Mamãe, eu tive um sonho tão ruim
As pessoas tinham preços como brinquedos
E na TV a lágrima de tornara sensação
Todo mundo corria demais
Todos atrasados para lugar nenhum
Nas vitrines se vendiam os sonhos e os sentimentos
Até os sentimentos, mamãe!
O amor era banal e prazer era oco
Tudo meramente casual
E ninguém vivia para si mesmo
A vida havia se tornado um jogo perigoso
Uns jogavam enquanto outros assistiam e apostavam
E o que se chamava de união
Não passava de uma corda que sufocava todos juntos
Todavia ninguém percebia
Porque ninguém enxergava nada além do conveniente
E eu gritava, mas ninguém me ouvia
Eu chorava e ninguém me acolhia
Eu morria, mas ninguém se espantava
Pois a morte já era tão normal
E eu não era ninguém especial
Apenas a natureza me acolheu
Ela era a única que se manifestava
Ela não aceitava calada o mal dos homens
Ela revidava!
Ela queria mostrar que estávamos nos autodestruindo
Só que no relógio de quem entendia
O tempo marcava “tarde demais”
Mãe, não chora, foi só um sonho
– É meu filho, foi só um sonho
Você é muito especial pra mim...