CONVENÇA-ME

No princípio...

Só lhe tinha olhos

E tudo o que fazia...

Era alvo

De minha admiração

O mais pequenino gesto

Era uma alegria

E não me cansava

De apreciá-lo

E demonstrar

O quanto estava feliz

Depois... Acostumei-me.

Muitas...

Destas pequenas coisas

Tornou-se de tal forma

rotineiras

Que acabou...

Por passar despercebida

E deixe por assim dizer

De te agradecer

Sei... Que todos nós

Gostamos de nos sentir

Apreciados...

Temos necessidade

De que nos digam

Que o que estamos a fazer

É importante

Para evitar...

Que caiamos

Na insegurança

Não queria

Que pensasse...

Que não me agradava

E por assim achar

Que não conseguiria

Fazer-me felizes

Na verdade

Quando me recusei

A creditar em algo

Eu só estava

Querendo dizer:

"Convença-me!"

Desculpa-me

É que não sou

Muito afeita

Os sonhos ou ilusões

Não sei entregar-me

As fantasias.

Seria muito difícil

Ver-me arrumando

Um vaso com flores

artificiais

Porque minhas flores...

Devem ser verdadeiras

Ter cheiro, cores... E tudo mais.

Pois...

Se for para ter amor

Que seja verdadeiro

Nunca irei me contentar

Com uma cópia

Ou algo que sirva

Como substituto.

Se for...

Para ouvir música

Meus ouvidos darão

Preferência à acordes

Mais bem trabalhados

E Sentir-me-ei maravilhada

Com a harmonia

Cristina Siqueira
Enviado por Cristina Siqueira em 11/07/2010
Reeditado em 11/07/2010
Código do texto: T2370735