CONVENÇA-ME
No princípio...
Só lhe tinha olhos
E tudo o que fazia...
Era alvo
De minha admiração
O mais pequenino gesto
Era uma alegria
E não me cansava
De apreciá-lo
E demonstrar
O quanto estava feliz
Depois... Acostumei-me.
Muitas...
Destas pequenas coisas
Tornou-se de tal forma
rotineiras
Que acabou...
Por passar despercebida
E deixe por assim dizer
De te agradecer
Sei... Que todos nós
Gostamos de nos sentir
Apreciados...
Temos necessidade
De que nos digam
Que o que estamos a fazer
É importante
Para evitar...
Que caiamos
Na insegurança
Não queria
Que pensasse...
Que não me agradava
E por assim achar
Que não conseguiria
Fazer-me felizes
Na verdade
Quando me recusei
A creditar em algo
Eu só estava
Querendo dizer:
"Convença-me!"
Desculpa-me
É que não sou
Muito afeita
Os sonhos ou ilusões
Não sei entregar-me
As fantasias.
Seria muito difícil
Ver-me arrumando
Um vaso com flores
artificiais
Porque minhas flores...
Devem ser verdadeiras
Ter cheiro, cores... E tudo mais.
Pois...
Se for para ter amor
Que seja verdadeiro
Nunca irei me contentar
Com uma cópia
Ou algo que sirva
Como substituto.
Se for...
Para ouvir música
Meus ouvidos darão
Preferência à acordes
Mais bem trabalhados
E Sentir-me-ei maravilhada
Com a harmonia