00:35, uma saída do túnel.

00:35, fumo um cigarro, esgoto os pensamentos, pensamentos sobre uma coisa qualquer, alguma coisa perdida. Escrevo os meus versos, tristes versos, já nasceram assim. Tomaram vida, tomaram minha vida, contando histórias dos reinos em mim.

Outro trago e penso que não sei quem sou, sou um abismo largo, uma calçada na esquina, um banco de praça, floresta virgem, devastada, está em chamas. Mas, soa estranho esse penar é tão vago, tão violento que me atraio a pensar que seria melhor não pensar.

Agora, penso em outro cigarro, penso que a vida é persistente, persiste nos rios imundos, persiste na boca da noite, persiste na ânsia de vômito, esmorece na presença da febre. Penso na violência do amor, na bondade divina, na virada dos rumos, na saída do túnel.

Buendia
Enviado por Buendia em 26/07/2010
Código do texto: T2401510
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