RELATO DE VIDA- PARTE 1

É dessa forma que caminhamos, muitas situações não nos mostram saída, mais diante do desespero e de um grito de ajuda amigos invisíveis, porém perceptíveis nos estendem as mãos e nos elevam, explicação não há necessidade, apenas a certeza que a beleza de um levantar é capaz de produzir sorrisos num semblante que antes só repousava a tristeza, sinceramente ao cultivar aquilo que não me pertencia, fui tomado por um sentimento que ocultou toda e qualquer forma de gratidão, parece que havia esquecido o outro e por um momento era apenas eu, um pesado caminhar entre penas assim parecia, mais por quantas vezes não caminhei levemente por entre pedras e a sensação poderia ser comparada ao poder de voar,Quando facilitou e voltou às origens percebeu o que era realmente importante.

Para que a casa mais bela se internamente ela vive desarrumada, para que tanta riqueza contida nesse desejo se o bastaria simplesmente paz, é diante de toda essa mescla que nos colocamos a frente, não a procura de coisas sem peso, mais de algo que nos faça crescer, e o que de bom foi plantado, produza o alimento talvez nunca suficiente a alimentar a mesa de alguém, pois sempre encontraremos pessoas em busca de comida, a qual a fome não será saciada, não apenas pela boca, mais que assim seja com a alma, quantos pedidos não foram em vão, temos que ter a capacidade de produzir e distribuir aquilo que de graça recebemos dom, quantos são perdidos por conta de um não, outros vitoriosos passam pela vida e a vencem só pelo fato de não terem resistido e falado sim, destruir um sonho não é menos cruel do que ferir alguém na guerra, quanta dor em saber que nunca mais poderei conquistá-lo, assim como contra o inimigo não poderei mais lutar, pois me feri, portanto não poderei evitar que alguém venha a se ferir também, mais se trata realmente de destruir, sempre os dois lados irão perder, morte, traumas, medalhas, honras, nada disso apenas lembranças, quase não há beleza, somente perdas, quantos amigos ficaram pelo Caminho, o cenário triste da Realidade de nada imita a ficção dos filmes, não são atores que interpretam vilões e mocinhos, os tiros são de verdade, as feridas não são maquiagens bem feitas dos estúdios de Hollywood, a ilusão toma conta do mundo, enganando e fazendo com que aquele homem que morava no campo perca a sua ingenuidade por conta do progresso, que o fará chorar em busca da família que perdeu, ele só queria o seu carro de boi, sua vaca no curral e leite quente todo dia, a lida que o fazia suar no campo, mais ele lembra, cantava e também sorria.

E assim vai se eternizando cada vez mais distante de uma resposta, a qual creio terei que buscar e por muitas vezes sem ela irei ter que continuar mais ela assim uma eterna evolução que talvez seja atingida, quando crescido não terei mais que voltar escolha?Não, arbítrio, quantos teriam tido oportunidade de só parar, como aquele senhor que se aposentou depois de uma longa jornada de trabalho, mais o espírito não envelhece, ele apenas viaja entre as mais diversas dimensões, por vezes perdido, como quem procurando uma resposta que talvez sua própria eternidade não fosse capaz de alcançar, sei que em algum lugar, em outro espaço de tempo devo ter tido a oportunidade de escolher, só nunca estarei nem nessa vida, nem na próxima, porque peço, para que na minha infinita caminhada em busca da evolução, sempre estar junto daqueles que nunca quis que estivessem longe de mim, a necessidade de sentir que estamos em casa, fala mais alto, o medo de realmente se perder por entre as vidas nos fazem aproximar mesmo que por vagas lembranças que vêem não sei de onde ,causar uma imensa sensação de que por um instante nunca estamos sós.

Eu me aproximava deles todos, a preocupação não era fazer acepção de pessoas ou lugares mais era sentir vivo, sempre me convidavam a subir não sei para onde, momentos de raiva chegavam a tomar conta do meu jeito tranqüilo de sempre, outra coisa parecia mais fácil, também vinham em companhia dos que me chamavam seis ou sete pessoas, só que com uma aparência diferente, mais tentadora, mais eu não optava nem pelos que estavam vestidos de azul claro, nem pelos de vestes avermelhadas, sempre continuava onde me sentia bem, nos lugares onde sempre estive, no campo, onde sentia o cheiro cada vez mais forte do mato, no trabalho onde ocupava um cargo simples que valia apena, em casa naquele sofá velho onde minha esposa e filho sempre vinham pulando por cima de mim me pedindo para ir ao banho pois meu cheiro não era dos melhores, que engraçado, tudo isso me faz falta, mais eu não gostava quando o cachorro entrava em casa, e logo me irritava, agora percebo, era um motivo tão pequeno para causar aquela briga toda, como eram boas aquelas tardes de domingo onde reuniam aquela turma toda, ainda hoje ouço aquelas piadas sem graça que meu tio contava e todo mundo ria com pena dele, mais sem elas aquela tarde não era a mesma, sempre que começava o futebol no campinho o primo sempre queria jogar no meu time, afinal nós sempre ganhávamos, e ao final ele se vangloriava dos gols que deixava ele fazer, mais o time era só dele, era o astro, mais todo mundo era feliz, parece que quando as melhores coisas e os melhores anos de nossas vidas estão acontecendo, não temos tempo de perceber o quanto é importante cada momento, pois estávamos ocupados com coisas que agora tarde percebidas não eram as mais preciosas.

Levantando e erguendo a mão a alguém, era assim que a palestra do rapaz começava, dizia que não devemos nos arrepender daquilo que fazemos ou deixamos de realizar, o prazeroso é reparar e sentir o gosto do perdão, tão mais leve que a culpa, ou a facilidade que temos para condenar, como uma inquisição em que não existem inocentes, mais meros pecadores já condenados a uma morte quase sempre cruel.

Dizia...

Portas que nunca mais se fecharam depois que um engano se encarregou de abrir, entusiasmado a procura daquela voz e daquela forma que seus olhos simplesmente desenharam ilusão, ou apenas um aviso, diante de tantos que nunca se interessou em ouvir, foram tantas explosões de sentimentos, quantas vezes não foram apresentadas e por um gesto de egoísmo ao lixo descartado, para onde foi à nobreza de pelo menos ouvir, que torna grande o maior de todos os ignorantes, ele estava apenas observando onde o livre arbítrio é capaz de levar, através da desculpa de uma mente insana, revestida de tanta crueldade, onde poderia ter evitado, mais optou por ficar omisso e ver aquilo que era esperança se transformando e se perdendo aos poucos, cada batida era regressiva, cada suspiro um pedido de ajuda impotente, calou-se, quando percebeu encontrava-se junto com os outros como se nada tivesse acontecido, e por incrível que pareça todos sorriam.

Afinal, quantos aqui já preferiram dar ouvidos a estranhos, aos conselhos do seu velho pai, vendo sua mãe chorando implorando que não fosse a procura de drogas ou outro tipo de coisa que percebe hoje estava apenas abreviando uma vida que seria de prosperidade, aquela poeira que levantava praticamente cegava, mais não importava todos estavam dividindo sentimentos raros de amizade, amor, sem a obrigação de ser melhor, pelo lugar envolvido somente igual, era isso, os defeitos não eram nem detalhes, virtudes essas eram percebidas mais lá não se tinha preferência pela posição, tão pouco pela forma como se vestia, que cargo ocupava, era a simples vontade de ajudar, muitos queriam fazer de tudo para ser útil, nem percebiam que eles é que necessitavam de ajuda, a menina chorava parecia sentir dor, aproximadamente 21 anos, me olhou atentamente como quem me pedindo ajuda com os olhos, mais ao me dirigir até ela, parece que não me notou, estranho, de repente,surgiu um senhor negro, alto pegou em sua mão e uma luz envolveu os dois, rapidamente não encontrava-se mais no interior do carro quase todo destruído, mais percebia muito sangue ao chão, e o cheiro também era muito forte foi quando percebi... Estava sozinho no meio de uma estrada sem explicação, ouvi algumas vozes ao longe, mais à medida que eu caminhava em direção a elas pareciam mais distantes.

Continua...

MÁRCIO GOMES
Enviado por MÁRCIO GOMES em 10/08/2010
Reeditado em 12/08/2010
Código do texto: T2430653
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