Amor errado.

Não há um segundo para respirar aliviada. Estou pensando em você enquanto escrevo palavras cheias de ti, em minha caligrafia torta. Você está em tudo que eu vejo, tudo que eu toco. Nas letras do meu caderno, nas músicas mais escutadas, nas fotografias antigas, nas paredes do meu quarto, na escuridão do céu. Sua voz, seus olhos, seus lábios. Como poderei esquecê-los se ainda posso enxergá-los? Alguns dizem que se chama paixão. Mas, na verdade, sei que é uma obssessão. Um amor platônico. Você está só à alguns metros de mim, e como se eu pudesse ler seus pensamentos, sei que definitivamente não estou na sua mente. Pronto, me desconcentro de tudo. Como é mesmo o meu nome? É lamentável. Quando te analizo, consigo enxergar seu exterior perfeito. Mas também consigo enxergar sua alma vazia. Uma máscara para o cinismo. Então realmente é isso. Somos opostos. Você acha que sou o que olha, mas tenho certeza que é muito mais. Como se fizesse diferença! Como se agora eu te quisesse menos do que à alguns segundos passados. Eu te amo. Esse é meu pecado. Minhas horas de sono são substituídas por doses do seu egoísmo irresístivel. E você resolveu se alojar na minha mente. Mas o que eu sou para você? Um joguinho infantil, uma enganação, um vulto de lembrança? Eu só queria que alguém, nesse momento, estivesse pensando em mim, sonhando comigo, chorando por mim. Fazer por mim o que eu faço por você. Mas ninguém será capaz de desejar tanto quanto eu te desejo. Nem de desprezar tanto quanto você me despreza. Você é meu AMOR ERRADO, proibido, inalcançável. E é por isso que eu vou fazer de tudo para te deletar, mas será impossível. Se escolhesse lutar, seria uma guerra perdida. Estou esperando que alguém nesse mundo tire o coração que você balançou, das teias de aranha. Caso contrário, não resta opção. Conviver com você, no meio da solidão.

Lívia Rodrigues Black
Enviado por Lívia Rodrigues Black em 14/08/2010
Reeditado em 15/08/2010
Código do texto: T2437852
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