Confissões de um ser humano

Eu tive asas e não voei

Já caminhei entre os mortais

Eu me embriaguei com o fruto da videira

Eu me empanturrei com manjar que o mundo oferece

Eu escarneci a minha frágil imortalidade

Eu quis ser gente, carne, sangue e suor...

Eu optei por ser humana...

Eu senti o amargor do fel

Eu esfolei os pés e as mãos nos erros cometidos

Eu gastei tantos talentos com coisas vãs...

Exagerei nas minhas emoções e nas paixões desmedidas

Eu fracassei, cai com a cara na lama.

É que a liberdade ignorada tem um alto preço

E o tempo não paga o débito das orgias

Mas a vida é generosa para quem a ama em demasia

E o meu coração foi poupado

E a minha alma não foi infectada com os germes dos esgotos

Aprendi no mundo dos mortais que todas as experiências vividas

São válidas até mesmos as nocivas, desde que, a cada nascer do sol,

Nasça em nós o desejo de acertar.

Não me condeno pelos delitos da minha juventude

E nem pelos frutos prematuros que eu colhi na maturidade

Contudo eu cresci...

Pelas minhas atitudes deixei de julgar e condenar os outros

Isto compete aos doutores da lei...

Também aprendi a voar sem sair do lugar: EU SONHO!

Mas eu quebro as asas quando esqueço que sou um ser racional

Tenho os sentidos aguçados

Sensualidade a flor da pele...

Amo em demasia...

Optei por ser humana e sou ao extremo

Sei que nunca estarei imune ao sofrimento

Portanto não medirei esforços na luta pela minha sobrevivência

Nesta luta, jamais ferirei alguém com as armas que me feriram

E nem com palavras que já me levaram ao leito da dor

Ainda não encontrei o caminho da perfeição

Sempre me perco quando tento encontra-lo

Mas quando enxergo as minhas imperfeições

Sinto-me realmente perfeita!

Sou humana!

jambo
Enviado por jambo em 18/08/2010
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