Senhor Tempo e Dona Solidão!!!

Paulínia 21 de Agosto de 2010 – Sábado.

Ela estava sentada na varanda de sua casa, em seu colo folhas em branco e em sua mão uma caneta em seu quase fim. Por anos olhava para aquelas folhas em branco, pois a única coisa que conseguia pensar era nos problemas em como tudo que fizera a tornara medíocre e insana. Se perguntava o porque tantas coisas estranhas em sua vida, porque a solidão era sua amiga mais fiel, se perguntava porque mesmo querendo fazer o bem acabava fazendo o mau e coisas ruins para as pessoas que mais amava e queria ver bem com sua presença mas a única coisa que conseguia fazer era afasta-las dela própria, se perguntava porque mesmo querendo acreditar nas coisas obvias da vida acabava rindo delas e tornando cada vez pior a suas crenças e trazia para si própria a dor, o sofrimento e o sentimento na qual mais odiava o medo.

O tempo passava e ela ali sentada contemplando o vasto campo a frente de seus olhos cassado. Contemplava o esplender do sol que hora ou outra fazia sua pele macia e vivida formigar pela temperatura.

Tinha medo de aos poucos ceder e perder o resto de amor próprio que ainda tinha que por tantas coisas passadas em sua vida, muitas vezes nem ao menos conseguia se olhar no espelho ou em seus olhos por medo de ser ela mesma, por medo de encontrar algo ruim.

Por um longo tempo olhando aquelas folhas em branco, por longo tempo pensando, por longo tempo procurando algo vivo dentro de si, por longo tempo tentado se encontrar, por anos tentando encontrar algo para se encontrar, se procurava no vento, se procurava na noite e suas belas parceiras como a lua e as estrelas, tentara se encontrar na escrita, em pessoas, nas arvores, no canto, na musica, enfim se procurava encontrar em alguma coisa, mas nunca havia encontrado o que devia encontrar, nunca encontrara o que de fato ela mesmo significava para si mesma.

Com o tempo perdera, com o tempo crescera, com o tempo vira a noite chegar e esta partir, vira o tempo passar e sem nenhuma menção de para de parar, vira as flores nascerem e estas morrerem, vira os pássaros cantarem e se calarem, vira o homem viver e por ciclo morrer, mas o que queria ver nunca vira.

Com suas mãos tremulas, com seus olhos lacrimejosos, com a tinta da caneta ao fim como sua vida, vira tudo passar e por fim, O Fim, aquele elegante e temeroso fim, na qual a vida é feita para este chegar, reinar e tomar seu lugar, este mais uma vez com seus fraque e de cartola nas mãos fazia menção para que Ela entrasse na carroça, tomando para si as paginas em branco, pois Ela já cansada e com seu semblante enrugado entrara na carroça com a sua melhor amiga a Dona Solidão, a carroça chamando “Carroça do tempo” estava indo mais uma vez, para onde não sabia mas pra uma viajem esta de ida e pelo destino que percorreria sem volta.

Loucura ou Insanidade??

Apenas vendo o Tempo passar!

21/08/2010

Camila neves
Enviado por Camila neves em 21/08/2010
Código do texto: T2451242
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