Nós, nossos nomes

Meus pés gelados

De chinelo no frio.

De idéias que vem

De ficar por aqui.

Em tempos difíceis

Pois passagens e paisagens

Podem ser a mesma coisa.

Quanto está posto

E o que nos foi imposto.

Eu não quero me entupir

Do que não posso pensar.

Se há força

Se não há razão.

E o meu cigarro

E o câncer no pulmão.

Qual de nós está vencido

Quem lutou

Ou quem ficou no abrigo.

Sua beleza de encantar

Suas cadeias de nos deixar morrer.

Onde estão os passatempos

Para quem não corresponde ao tempo?

Incurável sacrifício

De deixar os pés gelados

Para que não fugisse das linhas

O que por milésimos de imaginação

Surgiu como uma dada opinião.

Não há problema

A quem está no esquema.

Nós, nossos nomes.

Quem foi vencido

Sem ainda estar nascido?