Quem sou? Sou...


Um vestido velho , desbotado , amarrotado

Que serviu de proteção, que serviu ao sonho;

Um tempo presente repleto do passado, mas

Que ainda quer um futuro pleno, sem ranço.

Sou as águas, hoje turvadas seguindo seu curso,

Molhando raízes, dessedentando passantes

Desejosos de um copo límpido,
transbordante...molhado!...

Sou a noite com lua clara, inspiradora e sensual

Sou a noite também escura, sem visibilidade,

Que afasta a luz, que afugenta o negror e, seduz

Com a harmonia das estrelas, do universo todo;

Sou a riqueza e a pobreza juntas, de mãos dada;

Sou a solidão, a multidão isolada em caminhada

Numa jornada pelo crescimento, e pela razão...

Sou também a imagem da mensagem do amor...

Estou em pé, apesar dos sapatos apertados no pé.

Sou o lado oposto, o direito, o pré-conceito

E meu preceito não prevê aborto que aborta a vida.

O meu avesso parece direito, às vezes esquecido;

Sou o que sou sem pôr nem tirar. Sou vida, sou lida

Sou flor, espinho, estrada...longa, insone e curta...

Sou humana e desumana, amo e odeio, rio

Como um rio que chora e transborda pelo leito...

Sou amarga...sou doce...alegre e triste; sou respeito,

Sou eu...Sou assim, gesticuladora, faladora, intensa

Sou crítica, analítica, receptiva, sou odiada por uns

Amada por outros...Sou generosa, sou egoísta

Sou mesquinha, sou avara, orgulhosa e amorosa...

Odiosa... Caprichosa...mas não rancorosa...Sou

Meu eu mais profundo, onde me afundo em dor

E a dor que se refugia da dor do silêncioso ser.



MVA
Enviado por MVA em 16/10/2010
Reeditado em 16/10/2010
Código do texto: T2559513
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