Meu jeito de amar

Minha face, sua face, nossa face, dia-a-dia, eu, vocês, você e eu.

Eles me querem por inteiro, mas não sabem

Eu tenho tentado me entregar, mas também não sei

As palavras entram rasgando peitos

Qual a reação do abandonado?

Não têm, não sabe, não reage

O corpo todo se contorce, é a dor

Mas ninguém sabe, ninguém vê

Só o corpo sente, tudo está muito quente

Os outros têm medo, mas julgam

Eles falam mesmo, de puta à caralho

É um dicionário sem fim, eu tenho pena

Eles não sabem o que dizem, ô Deus caia sobre esses corpos

Quero cada célula morta pelo seu fogo

Esse corpo tem andado sozinho

Já sabe o caminho, certo ou errado ele vai sim

São dias e noites inteiras, e todo dia é igual

Numa mesma repetição, num mesmo pulso, numa mesma ação

Dizem por ai muito de mim,

Mas não sou o centro das atenções, ok. "eu sei"

É o que todos dizem, que dó

Oh Deus eles não sabem o que dizer

Desejo cada célula morta pelo seu fogo.

Que dó, que pena,

É só meu jeito de amar.

Eles podem, mas não devem e sabem

Não serei o propositor de tal vingança do amor

Na cama ao pôr do sol espero que eles venham

Que pena

Dessa célula quero a vida inteira

O calor e a lágrima de tinta a escorrer

Quero o sangue de uma noite de amor

Quero a alma desses humanos sem pudor.

E cada dia eu sinto

O toque de cada pulsar está aqui

Todo dia eu vejo

E todo dia eles dizem, e fazem, e vivem.

Se existe uma luz,

Ela que se apague

Dessa vida, desses dias estou farta,

E para mim já basta,

Não quero ver cada face, quero que todos se ralem.

Prefiro face-a-face derretendo no meu sangue

Prefiro você meu bem,

Aqui, derramando em tintas

Trinta dias, mês-a-mês, di-a-dia.

Oh meus senhores, não se vão,

É só me jeito de amar

Paloma Natácia
Enviado por Paloma Natácia em 23/10/2010
Código do texto: T2574243
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