Estou Cansado da Morte

Hoje eu morri mais uma vez, preso na vertigem causada por essa busca interior. Eu fui desistindo, resistindo, insistindo. Sabe-se lá quantas vezes adoeci minha alma, quantas foram as vezes que cantei sem ser ouvido.

Que tipo de amor sobrevive no tempo? Que tipo de existência existe fora dos portões?

A natureza diariamente está cobrando seu preço de vida, e eu cansado desse ciclo, apenas derramo lágrimas cotidianas. Num dia seu animalzinho, no outro seu pai... A dor e suas vertentes! Quantas vezes você disse adeus ainda esse ano? Eu disse muitas vezes...

Eu já estou me cansando da morte, e imagino que ela deva estar se cansando de mim também. Não temos um acordo, não trocamos um abraço, a não ser em algumas oportunidades que tivemos de nos olhar de perto.

Eu continuo tentando, levando adiante os passos programados por nossos ancestrais: eu acordo, eu vivo, eu sobrevivo, eu amo, desgarro, penso que penso, e, pior que isso, me acredito livre, quando na verdade cada escolha nossa parece ter sido imposta, seja em que âmbito da existência você guarde seus ideais, eles morrem!

O mundo caminha pra um fim ilógico, digo isso por que todas as religiões vão quedar, por que contaram ótimas mentiras, até fizeram com que durassem milhares de anos, mas, nessa última hora só a verdade vai restar. Pena que tanta gente tenha se sacrificado, que tanta vida tenha se extinguido na grandeza pequena de tanta moralidade e crença.

Quem desenhou essa vida, que nunca foi entendida, deve estar se lamentando por não ter deixado óbvio o manual prático. Então, sempre digo isso toda manhã: Relaxe e jogue o jogo!