Concepções deturpadas.

Escrevo, agora eu, impetrado de nojo e desconsideração pela malfadada e antiquada capacidade humana de diferenciar o certo, do errado. O justo, do injuustamente feito. Criteriosamente eleito - vai e vem de cérebros inanimados.

Já conheci garotas que com vários homens tiveram relação logo na primeira noite, mas que acordavam seus pais e avós com café na cama na matinal suspeição do dia seguinte. Já dialoguei, ainda, com baixa morena de piercings - decote avantajado - cuja vida, ainda que aparência marcando contrário, era a virgindade.

Julgamos tanto por um olhar. Julga-se tanto pelo que se acha e pensa. Com isto, gera-se preconceitos demasiadamente robustos de imutáveis pedras. Cláusulas pétreas, diria!

Tanto eu como você, caro leitor, já se deparou com a surpresa (pois surpresa é, vide caráter do nome) daquele infame drogadito cujo antigo coração tão somente se vendeu ao mundo por desilusão. Já se deparou com mendigo que de roupas, que de bens tudo esgotou.

Nossas visões e idéias estão muito longe da celeste realidade;

um ser humano não se faz pelos panos que veste, nem pelas marcas que carrega. Tanto porque somos textos, e a um lemos o outro pela bagagem que conosco trazemos.

Nós simplesmente somos. E acabou.

Alexandre Bonilha
Enviado por Alexandre Bonilha em 09/11/2010
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