O PICADO - FAZER GRAÇA PODE SER FATAL - 10 parágrafos

No dia vinte um, domingo, as 15 horas mais ou menos, ao retornar de uma viagem de Monte Santo, dei carona para dois homens. Ao entrarem no carro percebi que a mão de um estava sangrando.

-Que houve com sua mão? - perguntei.

Antes que ele explicasse, o outro disse:

-Uma cobra jararaca o picou, moço. Era por isto que estávamos à beira da estrada aguardando uma carona. Esse companheiro meu tem que ir urgente para um Pronto Socorro.

Diante do que ouvi, fiquei preocupado. Acelerei o motor. A cidade mais próxima distava cerca de cinco quilômetros. Era Cássia dos Coqueiros.

Nos minutos que antecediam nossa chegada ao povoado, o rapaz ofendido pela cobra reclamava que estava perdendo a visão.

Acelerei mais o motor do carro, logo entrando no arraial. Procurando informação, alguém nos indicou onde ficava o Pronto Socorro, para o qual eu segui direto.

Ali chegando, diante das explicações ao médico de plantão, ele ordenou que transferissem o rapaz para uma ambulância de alta velocidade, pois meu veículo não poderia correr a altura daquele atendimento, que deveria ser feito no HC de Ribeirão Preto.

O companheiro do acidentado pela cobra e eu ficamos alguns instantes lá no Pronto Socorro para possíveis notícias. Conversando com ele eu soube que o "PICADO" bebera e estava embriagado, e para fazer bonito a umas donzelas que visitavam os parentes moradores na casa, pegara sem muito jeito, uma cobra jararaca que viu no quintal, vindo esta a picá-lo com muita raiva.

Eu só soube dos resultados finais daquela episódio, alguns dias depois, quando passei por Cássia dos Coqueiros e minha curiosidade me levou ao PS local, onde me informaram que o rapaz se safara daquela transa com a serpente, com vida. Aquilo porém, depois de lhe ser aplicado doses elevadas de soro antibrotópico.

Daquilo concluí, que fazer graças as vezes é fatal.