Há justiça para pobres?

Dois casos típicos ocorridos em minha cidade exemplificam o contexto:

Há um ano e meio, numa Festa do Eucalípto (promovida pela Prefeitura) - onde havia WC ao público, um homem morreu com o pescoço quebrado ao cair de um barranco na beira do rio próximo ao evento. Constatou-se que ele estava embriagado e por esse motivo deduziu-se que ele teria ido ao local urinar, caiu do barranco, quebrou o pescoço e morreu. Simples assim! E caso encerrado. Ninguém noticiou, questionou ou investigou. Era um homem simples do povo e ninguém, nem mesmo o promotor público, parece ter se interessado pelo caso... Há um mês, noutro evento da Prefeitura envolvendo uma corrida de pedestres, uma menina pré-adolescente (entre dez e doze anos) não resistiu ao esforço físico - depois de ganhar a corrida de 100 e a de 200m. Entusismada, mesmo estando muito cansada, tentou a de 500 - e ninguém da organização para se preocupar de forma responsável com a condição física dela e com o emocional que a guiava. Disseram, depois, que ela tivera um choque térmico ou algo parecido. Uma pequena nota no jornal local e o caso foi abafado - como sempre... Ninguém para levantar a importância de planejamento adequado para eventos municipais e o acompanhamento da segurança por parte dos organizadores, nenhuma promotoria para investigar e apurar responsabilidades, ninguém para se emocionar com o fato. A menina era, como o outro, de família humilde! Fossem de família rica e tradicional e o direcionamento certamente seria outro. Alguém duvida? A Justiça, portanto, faz distinção... 25.05.2008

Lourenço Oliveira
Enviado por Lourenço Oliveira em 29/11/2010
Código do texto: T2643453
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