Chuva, que lava

Chuva que cai do céu, tão grossa e tão fria

que enche os corações de muitos de alegria,

pois quem no sertão do nordeste não espera

por tamanha melodia

do tilintar da água, água que vem do céu

abençoar e molhar.

Molhar a terra rachada, seca seca

molhar o gado, tão magro e fraco.

Encher os rios, encher os tambores e reservas

pra hidratar os corpos já tão fracos e necessitados

de um pouco de água.

Chuva que cai e lava as ruas, levando tudo o que

há consigo, que castiga, que maltrata.

Tantas casas, tantas ruas, que por ela inundadas,

alagadas, são devastadas.

A mesma chuva que reconstrói, que recompõe é

também a chuva que destrói sonhos, moradias, vidas.

A chuva vem ...

A chuva não para...

E daqui da janela, fico vendo a chuva cair, imaginando

tudo o que vem a fazer. Tenho sede, preciso que a chuva

caia.

A chuva não para.

Deya Lane
Enviado por Deya Lane em 13/12/2010
Reeditado em 14/12/2010
Código do texto: T2669683