CIÊNCIA, PROGRESSO OU EVOLUÇÃO? Uma análise em Thomas Kuhn

Nesta análise a ser apresentada notar-se-á que Kuhn oferece um novo olhar para a evolução e o progresso da ciência, fazendo assim uma crítica ao processo cumulativo de conhecimento. A explicativa deste autor, referente ao progresso cientifico passa pelo estudo das revoluções cientificas, as rupturas radicais com o modelo teórico vigente e também a tradição cientifica existente em campos também científicos.

E quando se pergunta sobre a “ciência se esta evolui” ou progride, Kuhn tem o seu posicionamento:

“O progresso da ciência é um processo de evolução a partir de um inicio primitivo cujos estágios sucessivos caracterizam-se por uma compreensão sempre mais refinada e detalhada da natureza. Mas nada do que foi ou será dito transforma-o em direção a algo. (Kuhn, 1975).

A evolução da ciência por Kuhn como se estivesse seguindo um modelo geral. E neste modelo, reconhecem-se duas fases; a pré-paradigmática e a pós-paradigmática. Neste sentido, necessitasse explicar o estágio pré-científico que é onde várias escolas competem entre si. E o estágio da ciência é onde um paradigma quase totalmente aceito prevalece.

Na passagem do estágio pré-científico para o estágio de ciência ocorre conflitos, exatamente onde Kuhn observa que este processo é muito complexo na prevalência de uma determinada teoria sobre as demais.

“A observação e a experiência podem e devem restringir drasticamente a extensão das crenças admissíveis, porque de outro modo não haveria ciência. Mas possa por si só determinar um conjunto específico de semelhantes crenças. Um elemento aparentemente arbitrário composto de acidentes pessoais e históricos é sempre um ingrediente formador das crenças exploradoras por uma comunidade cientifica especifica numa determinada época”. (Kuhn. p.23)

Com o passar do tempo algumas metas em comum irão naturalmente unir cada vez mais cientistas em torno de um objetivo comum, direcionados todos para a organização de um paradigma. E esta organização de um paradigma para Kuhn é uma necessidade, visto que ele somente assim pode-se caracterizar a existência de uma determinada ciência. Após a constituição de um paradigma os cientistas começam agora a se preocupar com o desenvolvimento deste, sendo que para o autor Thomas Kuhn é comum que tal constituição de paradigmas aconteça. Pode ocorrer até mesmo em um único estudo, propiciando assim vários campos para o desenvolvimento de um tipo especial de trabalho, fazendo com que o paradigma adquira força e consiga cada vez mais seguidores em torno de si. Neste caso Kuhn vê este tipo de trabalho como a principal realização dos cientistas e, além disto, ele se caracteriza como apologético, ou seja, aquele que não questiona o paradigma, mas o-defende e desenvolve. Este momento pode denominar como ciência normal que será a regra no processo de evolução científica.

Porém com o decorrer do tempo os cientistas deparam-se com problemas que não são resolvidos ou por vezes suas explicações não convencem, isto são fatos não explicados pelo atual paradigma e são denominados agora de anomalia. E com o aparecimento e proliferação destas, o processo de desenvolvimento teórico que outrora estava em alta, agora é interrompido gerando uma fase de crise do paradigma. Esta situação e crise que se caracteriza pela multiplicação de problemas sem soluções dadas pelo paradigma, requerem respostas. Esta resposta que deve ser dada a crise surgida, pode então se encontrada dentro do próprio paradigma e por isso não ocorre o abandono do mesmo. Além disto, outros paradigmas podem se recorridos na tentativa de solucionar os problemas existentes. Contudo, quando não se encontra uma saída dentro do paradigma ocorre à ruptura, ou seja, ocorrem às revoluções cientificas que derrubam o conceito cientifico vigente e com isso há a substituição de paradigmas.

O evento denominado revolução cientifica é uma nova forma de olhar e até mesmo perceber o mundo. É uma visão de ângulo diferente, isto é, uma nova visão de mundo. A ciência normal em que a maioria dos cientistas emprega a maior parte de seus tempos é onde se dá a maioria das realizações cientificas, e com a confiança depositada no paradigma, o progresso científico se dá com mais rapidez, pois obriga os cientistas a investigarem os fatos com mais dedicação e profundidade. Segundo Kuhn os resultados obtidos da ciência normal são significativos pelo fato de contribuírem para o alcance e precisão do paradigma em um grau elevado de aplicação. Contudo convém ressaltar que durante suposto progresso científicos algumas anomalias surgirão, e estas devem ser superadas pelos cientistas e é o que Kuhn explicará posteriormente.

PEDRO ANDRÉ PIRES DE ALMEIDA

PEDRO ANDRÉ ALMEIDA
Enviado por PEDRO ANDRÉ ALMEIDA em 19/02/2011
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