Sem sonhos
Dias e noites tão estranhos
Uma mistura de perdas e ganhos
Parece que todos os sonhos fogem de mim
Como se algo importante chegasse ao fim
Não os encontro nem dormindo, nem acordada
Eles somem como pássaro em revoada
Não quero encostar minha cabeça no travesseiro
Com a sensação de um momento derradeiro
Pois sem todas aquelas imagens de antes do sono
Sinto-me no mais completo abandono
Sem sentimentos que em mim palpitem
O medo que ao dormir os sonhos também não me visitem
O vazio se instala em meu ser
E mesmo sem muito crer
Ponho-me a procurá-los
Tentando desesperadamente encontrá-los
Para que venham me fazer companhia
E me rondem com sua doce ladainha
Algo aqui dentro grita ofegante
Meu coração cada vez menos pulsante
Clama por eles, cheio de saudade
Para que venham me tirar da realidade
Desse mundo que às vezes têm sabores tão medonhos
Eu peço: voltem para mim meus sonhos