Ego

Não sei falar muito bem de mim, e mesmo quando falo sempre fica faltando algo, a essêcia do ser, do eterno ser, se é que o ser pode ser eterno.

E neste dilema o existir passa a falar mais alto, e mesmo a rótina diaria, o convívio com os amigo, as tardes com a familia e o por do sol ao lado do ser amado perdem o sentido diante do eu.

Ser eu é permitir a palavra, é ouvir a madrugada, é calar para o tempo, é sentar na varanda com um violão. É comer a tarde, engordar um pouco, é morder o bolo. É sentir o banho, nadar no livro, mergulhar no abraço.

É o cheiro da terra, o calor no corpo, o suor no rosto. É pular na chuva, é cantar sozinho uma melodia desafinada e romântica. É Beber, dar gargalhadas e erradiar o sorriso.É dizer bom dia pra qualquer um.

É curtir o do dia, aproveitar a noite.

Extravasar.

É Desistir no meio do caminho, voltar atrás e me desculpar. Sentir raiva e não desculpar-me. É ir embora sem dizer adeus, é chegar e não falar nada.

Ser eu é ler um livro chato de madrugada. Assitir um filme enfadonho e comer pizza gelada.

É não ter medo de ter medo, é permitir o medo, o desafio do medo e não arriscar. É dizer não quando mais queria dizer sim, e fingir a verdade mentida. É provocar o sorriso, e chorar a lágrima, é sentir toda a dor. É forçar o desejo, e desejar o impossível. Acreditar no provável, insistir no invisivel. É acreditar em Deus, desacreditar também. É fingir. É sentir. É amar e odiar

Ser eu é não alcançar o limite, mesmo buscando. E estar na beira do abismo, sentir toda a adrenalina, o risco, o medo, fechar os olhos e pular.

É morrer.

Hudson Eygo
Enviado por Hudson Eygo em 28/02/2011
Reeditado em 28/02/2011
Código do texto: T2820736