Eu, meu, mané, muié
milhares de ideias vão surgindo sempre sem plateia
no meio dessa alcateia de lamentos
estudo passos, contando fatos
esperando o melhor momento
fico inconstante
paranoia delirante
asfixiante
entorpecente, mais que antes
parecendo iniciante, vou falando desse abrigo
era forte, sólido, maduro, mas nunca indeciso
inabitável, caverna fechada, sem morcegos, sem eco, sem musgos
nem paredes pintadas
não tinha sinais de tempo, não tinha cicatriz ou marca
brincando de viver, reconhecendo suas farsas
assumindo fragilidades, enfraquecendo vaidades
egoismo dilacerado na mordida da maldade
flexibilidade, foi algo que inventaram
pra justificar o porque você está errado
jogando fora o livro da ética, pintando novos quadros
tirando cara ou coroa numa moeda de 3 lados
irreconhecível até pro tempo que se mudou pro outro lado
tudo vem dobrado ao que desejei para o meu próximo
deus muito obrigada, mas só faço o que eu posso
o que não posso, deixo por conta da ilusão
que inventou pensamentos pra me tirar da escuridão
só quem viveu sem a luz
poderia se acostumar
então levanta, lava a cara, você já sabe se virar
se onde vc foi gerado, era tudo escuro, era tudo enraizado
vc sempre dependeu de alguem pra poder viver
dependia da sua mae, mas agora é só voce
na hora que cai no mundo, é mais um na multidao
torcendo pra ser visto por uma rede de televisão
ninguem lava seus tenis ou limpa o seu prato
quem ja viu, mentiu, sorriu ou nem se interessou de fato
somos o que queremos, nem sempre o que podemos
vivemos porque é preciso, mas um dia morremos
nem nos surpreenderemos quando esse dia chegar
se estamos aqui ainda é porque aqui é o lugar
e pra violentar de vez esse tormento eu encerro agradecendo
por tudo e por todos, que um dia "estão" do meu lado
ainda estou desenvolvendo, evoluindo, aprendendo
não vou parar aqui, então, muito obrigada.