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QUANDO O TEMPO ACABA ANTES DE COMEÇAR

 

 

 

 

Meus olhos já estavam bem abertos para as minúcias do mundo. Meus ouvidos, atentos para quaisquer sinais. Meu diminuto coração já palpitava de forma corajosa e se abria diante de cada novo amigo que eu fazia. Meus passos eram curtos, inseguros, mas já sabiam onde queriam chegar.

Eu ainda tinha muito, muito por aprender da vida. No entanto, não me deixaram crescer, não me deixaram viver. Implorava por tempo e espaço. Precoce e covardemente os extirparam de mim.

Desprevenido, deparei-me com um ínfimo espaço para tanto ódio e com um tempo que se escoava pelo sangue derramado. Tresloucadamente minhas imagens foram dilaceradas, traspassadas por tiros. O que acontecia ali? Só podia ser alucinação. Procurei saber, procurei compreender o porquê da malha de terror disseminada nos olhos do jovem atirador.

Tateei o chão, procurei saber como estavam os outros. Não tive tempo, tampouco espaço. O tempo havia se esgotado no espaço abarrotado de pequenos corpos esparramados pelo chão.

E eu, como os outros... só pretendia me debruçar sobre o mundo e aprender a  viver.










 

 

 
heleida nobrega
Enviado por heleida nobrega em 11/04/2011
Reeditado em 16/04/2011
Código do texto: T2902317
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