[Frágil como um Instante]

Eu, que em nada creio, o que faço com esta minha insignificância de ser? Como explicar essa arrogância de inseto viajante numa casca seca que desliza ao sabor do vento?!

Errante no cosmos, navegasse eu para a uma das infinitas estrelas, e não estaria tão sem rumo a frágil casca que me leva, à deriva, e com o leme quebrado...

Como um grito cá, que ecoa lá aonde não estou, a vida esquiva está sempre indo para o lado oposto ao que eu estou indo. A vida se demora em contrários...

Chega um tempo em que as palavras de nada servem; não mais vibram as cordas das emoções, e ao falar, até os músculos se afrouxam...

Afinal, quem crê nestas coisas? E por que mentir tanto assim, se tudo tem a fragilidade de um instante?

[Penas do Desterro, 10 de maio de 2011]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 10/05/2011
Reeditado em 10/05/2011
Código do texto: T2962078
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