Necessidade
Eu leio por necessidade. Precisão. Não consigo escapar. Tudo a minha volta é legível. As letras. As imagens. Os sons. As pessoas. Os sentimentos. O silêncio.
E depois de ler tudo isso, que me resta? Minha mente borbulha ideias. E elas se multiplicam e se dividem feito células. Essas minhas ideias me tiram a paz enquanto não as escrevo.
Me resta dar a elas a forma e a oportunidade de se exibirem. De soltá-las no mundo para serem independentes e donas de si. Elas precisam dessa oportunidade pra irem dar ou tirar a paz de um outro alguém.
Escrevo por impulso, desespero, amor, raiva, necessidade. Se eu não tirar isso de mim, adoeço.
As palavras são mestres em ciladas. Pra você e pra mim.
O que ficou por dizer assenta-se como poeira nas entrelinhas...
É sempre uma frustração não conseguir expressar o que se pensa.
O que escrevo é sempre um pouco de mim e um pouco dos outros.
Escrever é algo parecido com decorar. Você pega as ideias. Analisa. Tira medidas. Combina. Testa. E por fim as dispõe da forma como acha que vai ficar legal. É seu estilo ali. E inevitavelmente, agrada a uns e desagrada a outros.
Combinação de palavras que me agradam:
“Escrevo sem pensar, tudo o que o meu inconsciente grita. Penso depois: não só para corrigir, mas para justificar o que escrevi.” Mário de Andrade
“É bom escrever porque reúne as duas alegrias: falar sozinho e falar a uma multidão.” Cesare Pavese
“Escrever é uma forma de deixar a nossa alma preservada nas palavras...fazendo parte da mente das pessoas que nos lêem. Quem escreve, clona a alma.” Valter da Rosa