A mentira do "bom para sí mesmo"

O fator-comum do comportamento dos homens é sempre interpretado como uma moralidade “em si”, como algo objetivo. As conseqüências nocivas desta interpretação deveras tosca devem ser óbvias para qualquer indivíduo. Uma verdadeira castração da liberdade de pensamento em prol das tendências generalizadas. O crime mais monstruoso contra qualquer obra é aquele que ataca em seus alicerces. Corrompendo a semente, só poderão nascer, é claro, frutos corrompidos, inertes, estéreis. Certamente não se usa esse tipo de nome para designar esta espécie de crime. Geralmente lhe são atribuídos pomposos nomes reluzentes – “decência”, “dignidade”, “humanidade”, “honra”, “bons costumes” –, com a finalidade de esconder a realidade pútrida que está por detrás da superfície desta mentira escravizante. Tudo isso são apenas quimeras que sacrificam o indivíduo à fantasmagoria do “bom por si mesmo”. De fato, é incrível a influência desse tipo de mentira sobre indivíduos inseguros, que tem a necessidade encontrar algum significado exterior para si mesmos – e o fazem dissolvendo-se nos outros. Aqui o alheamento de si se apresenta como última alternativa para sentirem-se valorizados.

Thais Paloma
Enviado por Thais Paloma em 31/05/2011
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