ESCREVA-ME

Amor da minha vida, por favor, escreva hoje para mim, pois faz tempo que não vejo a sua letra, senão a que você grafou para mim na última carta, que já se desgastou de tanto que a li...

Você bem sabe que prefiro as cartas escritas a mão aos ágeis e frios e-mails que me chegam... Pois aprendo mais da sua personalidade pela intensidade com que você empenha sua mão no papel...

Escreva-me logo, sim? Acho que já me tornei dependente dos comentários que você faz a respeito do meu jeito de ser. E quando me chega uma carta sua, ah!, você nem imagina o tremor de alegria que se alastra no meu peito. Quando sei que é uma carta sua que o carteiro vem entregar-me, ah!... Logo esqueço das dores e me encho de novas esperanças.

Mas não me escreva poucas linhas; escreva-me voluntariosamente, como você fazia naquilos tempos primeiros... Escreva-me para dizer o que sente, o que pensa, o que deseja, o que planeja para você, para mim, especialmente para nós dois juntos.

E, por favor, não deixe pingar lágrimas de saudade numa das linhas, porque se isso acontecesse, eu me sentiria sufocado de culpa, por estar longe de você...

Escreva...

Agora é tudo o que lhe peço; escreva-me, sim?

Com total afeição por você, que é a razão de eu escrever tantos rascunhos, sem ao menos ousar redigi-los (por insegurança, talvez),

Seu...

E.E.

EDINY EMILIANO
Enviado por EDINY EMILIANO em 27/11/2006
Reeditado em 27/11/2006
Código do texto: T302875
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