Eu ainda vivo essa dor...

Embora tente esconder, sei exatamente o que tu sentes, é por isso me calo, para não me machucar tão profundamente, com um passado que você não conhece mais que em mim é presente.

Tua dor merece meu silêncio, pois com palavras não te ajudo em nada, Calo-me porque conheço muito bem tua dor.

Então, calo-me...

Por que meus conselhos serão doloridos, e hoje eles não lhe servem de nada, meu silencio, e tudo que posso te oferecer, e pode ter certeza, que um dia vai sofrer por questionar esse meu silencio, porque um dia vai ser tudo que vai querer ter. E só então vai me entender.

Sou errada, sou estranha, sou calada, sou tímida.

Sou uma pessoa diferente, sou meu maior inimigo, sou meu maior castigo. Por quê? Porque dentro de mim a uma batalha travada comigo mesmo. Sem pausa e sem fim.

Fiz do vazio do meu silencio, um escudo, uma fortaleza onde me escondo, dos que amo, para que não me vejam chorar; dos que me odeiam, para que não me façam chorar; dos que me vêem, para que não me atinjam; de mim, para que eu não me mate.

O meu silencio e a minha vida...

No meu silencio eu viajo, fantasio, disfarço, só não vivo... E por isso estou viva!

Todos os dias eu me machuco, me firo, me torturo. Todos os dias, em mim morre uma parte sufocada nessa vontade desmedida de encontrar uma luz, um caminho, longe dessa agonia vivida.

Sempre surge alguém...

Que aparece do nada, e no nada me deixa; com um olhar me fez subir e no mais alto galho me fez pousar, sinto-me leve, como um pássaro livre e leve, que voltava a sonhar, e em um Flesch, desmonto abaixo mergulhando na minha dor.

Num baile fantástico sigo no mundo fantasma, sorri, brinco, e por dentro eu choro por um reflexo passado.

E ainda perguntam, por que você não fala Daiane? Por que sempre me fazem essa pergunta, e eu continuo, apenas olhando em silencio, imaginando como sofreriam se me ouvisse falar.

Aqui vai a resposta.

Não diga nada. Minhas palavras não lhe servem de nada, não aliviarão tua dor. E nada que diga poderá te tirar desse tormento. Então, não fala nada. Porque minhas palavras poderão te atormentar ainda mais. E na agonia do meu silencio, encontrara a tua paz...

Daiane Garcia *eumesma

22 de abril de 2011.

Daiane Garcia
Enviado por Daiane Garcia em 13/06/2011
Reeditado em 29/10/2011
Código do texto: T3031567