Ponta pé inicial

Em meu ponto de vista, me senti um tanto quanto medíocre publicando meu primeiro texto neste espaço em forma de "pensamento". Mas, acontece que, do nada, resolvi fazer parte deste site justamente para expressar meus sentimentos mais ilusórios e críticos e também por insistência de um ilustre escritor que faz parte dessa comunidade há muitos textos. E atenção, segundo conhecedores de minhas criações, sou um ser poético e pessimista.

Eu não diria pessimista, mas sim realista, pé no chão. As vezes meus dentes não conseguem prender minha língua, que ao contrários de alguns aborígenes, uso a como a mais perigosa arma de proteção. Porém, neste caso, é particularmente meus pensamentos e a rapidez de meus dedos em teclar as teclas mais concisas que destilará meu doce e tépido veneno.

Me gabo em escrever somente aquilo que acredito que tenha necessidade de ser lido. As vezes desapareço, não por falta de idéias, mas pelo meu próprio caráter e discernimento do que julgar um bom momento para vomitar meus protótipos filosóficos.

Filosofar. Esse é meu medo. Tenho medo de ser aceito simplesmente, sem nenhum debate, sem nenhum confronto, sem nenhuma oposição, aliás não sou o dono da verdade. Não quero que acreditem em mim. Quero achar o dono da mentira.

Ao longo deste texto, a minha mediocridade aflora cada vez mais por entre meus desejos e esperanças. É tanto aforismo que me sinto um sonhador.

Sonhar. Não sonho todas as noites, mas sonho todos os dias. Minha incredulidade me aperta o peito e me afronta os pensamentos sobre algo superior, algo que me comande, ou até mesmo algo que me tire os sonhos. Há de se confundir sonhos com pensamentos, crenças com fé. Cuidado.

Cuidado. Prefiro não ter quando me pedem. Insisto em andar de olhos fechados no trânsito, nadar em um mar de tubarões, beber no copo dos outros, só para ser o oposto.

Eu não quero ser diferente, mas também não quero ser igual a ninguém.

Diego Mendes
Enviado por Diego Mendes em 27/11/2006
Reeditado em 27/11/2006
Código do texto: T303158