Brincando de ser normal

Às vezes brinco de ser normal. Como? Agindo como a maioria age: finjo não ter meus dilemas; ignoro as preocupações da hora do travesseiro; penso só o necessário; observo as embalagens; dou um ctrl+c nas atitudes do colega do lado; abraço frouxamente, e aperto mãos sem mto contato ou emoção; digo o que não quero e omito o que realmente queria dizer. Pra maioria isso é normal. A atitude que virou regra pelo hábito.

Mas isso só faço raramente. É ir contra a minha natureza. E sempre que faço isso volto correndo pra mim mesma. Pra o meu jeito, único, talvez. E quando estou certa de que tudo está onde devia estar, respiro aliviada. Sou eu de novo, no meu jeito diferente. Nunca me identifiquei muito com o comum.

Se pra ser normal tenho que fingir, não, obrigada.

E dae se entro em parafusos quando amo? E dae se passo 2 horas deitada pensando na vida antes de pegar no sono. E dae se penso mto, a todo instante e isso já foi meu maior erro e meu maior acerto? E dae se prefiro o conteúdo? E dae se prefiro minhas ideias absurdas? E dae se gosto de abraço apertado e aperto de mão firme? E dae se eu sempre estiver dizendo algo, mesmo que na entrelinha?

Isso é anormal? Então tá, sou assim.

No fim, acredito que as pessoas são assim também. Só que a maioria insiste em esconder o que é, pra parecer normal.

Jordana Sousa
Enviado por Jordana Sousa em 06/07/2011
Reeditado em 06/07/2011
Código do texto: T3079090