Noite escura

“Era uma noite escura, sem luzes, sem brilho, sem a lua e as estrelas. Uma noite vazia e sem sentido. Só se escutava as folhas ao cair das árvores, assim como meus pensamentos... Parei para pensar em alguns momentos, mas muitos daqueles que não queriam ainda me assombravam, ainda me martirizavam, corroíam com a minha essência. Foi então, ali naquele momento, nessa noite que resolvi não mais me importar com coisas pequenas, com esses pensamentos que me abalavam de uma tal maneira... E por um momento infinito, deixei que meus olhos se fechassem por inteiros que meus ouvidos pudessem ouvir tudo aquilo que parecia ser sombrio. Na realidade aqueles sons eram os passos que as folhas davam, era a suave brisa que tocava meu rosto, era aquela noite de se deixar que as angústias fugissem, que o sombrio virasse luz... E raiou o dia, o limite do imaginável se fez presente. Com o amanhecer pude perceber que meu momento insano se foi junto da brisa... Meus pensamentos tornaram-se ali livres e claros e ali voou com os pássaros. Não tenho medo da noite, dos dias sem luar. Não tenho mais medo daqueles dias que parecem estar vazios, é tudo fruto dos medos que me afugentavam. As novas noites nunca mais se fizeram sombrias e estranhas “.

Marcela Engela
Enviado por Marcela Engela em 09/12/2006
Reeditado em 20/12/2006
Código do texto: T313544