14/09/2011

É claro que ele pode dizer que teve momentos memoráveis; que a vida lhe serviu dos melhores e verdadeiros prazeres.

É claro que ele também enfrentou dias de tempestades e de contabilizar os prejuízos causados por ela. Mas o tempo e os benefícios da chuva serôdia e fecunda foram infinitamente superiores.

Os percalços não tiveram utilidade nula, serviram de alicerce para uma vida de crescimento contínuo.

Ele não se tornou a melhor pessoa do mundo. Seus defeitos são aparentes e não se furtam em se fazer conhecer. Mas, qualidades também fazem parte de sua composição, e essas, talvez, apenas quem o conhece, de verdade, possa listar quais são.

Nunca deixou de sonhar, de acreditar, de temer, de amar, de lutar, de se dar o direito de cair, de se esforçar por levantar, de ter fé.

Não reconhece mais em si os traços do menino que fora ontem, nem em seu interior, nem em seu exterior; no entanto, ainda preserva certa sensibilidade e carência de infante.

Tem em Deus seu maior refúgio e socorro. Não acredita em sorte, mas conta com a providência dos céus.

Tem em sua menina seu maior tesouro. Por ela vive, trabalha e se poda.

Tem em si seu maior desafio. A luta interna, travada cotidianamente, é o que lhe consome mais energia.

Tem alegria de estar vivo e é grato por ter sobrevivido.

Marcos Sodré
Enviado por Marcos Sodré em 16/09/2011
Código do texto: T3222936
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