Luta dentro d´alma
Sou eu quem assiste às lutas,
Que dentro d´alma se dão,
Quem sonda todas as grutas
Profundas do coração:
Quis ver dos céus o segredo;
Rebelde, sobre um rochedo
Cravado, fui Prometeu;
Tive sede do infinito,
Gênio, feliz ou maldito,
A Humanidade sou eu.
(Tobias Barreto)
Da minha luta, só eu sei.
Amaldiçoado, maldito e temido.
Caminho entre os poderosos, enquanto defendo o povo sofredor.
Não me impressionam os banquetes, pois prefiro o calor do prato de ágata próximo ao fogão à lenha.
Não me ganham os presentes, pois um sorriso de criança é meu resplendor.
Tentam puxar meu tapete, pedras zunem próximo aos ouvidos, mas entreguei o segredo dos políticos aos pobres, que podem mudar seu destino.
Sofro contente, bebendo pinga ao invés de champagne.
Meu carro é velho e minha roupa surrada, mas fico feliz quando ganho o aperto da mão calejada e o sorriso da boca falhada.
Sigo desferindo socos contra a ponta da faca amolada, enfrentando o letrado que acha que tem sempre razão.
Vou arrancando a areia dos olhos, puxando pelos braços os companheiros feridos, caídos no chão.
Talvez o sucesso não venha, nem a tranqulidade e nem a bonança.
Mas a semente que está plantada, não deixa morrer a minha esperança.