Vc tá bem?

O cumprimento inicial entre as pessoas é algo meio que automático. Tipo "Oi, td bem? "Bem e vc?". Nos acostumamos com isso. E temos reproduzido essa contra-pergunta, digamos assim, de forma cada vez mais superficial. Em cumprimentos no trabalho, em casa, nas redes sociais, na igreja, por toda parte estamos repetindo "bem e vc?". Fica preocupante quando passamos a fazer isso com as pessoas que realmente fazem parte de nós. Família, amigos, amores, e algo mais.

Esforço-me para perguntar isso pra quem faz parte da minha vida de forma sincera, e realmente querendo saber como a pessoa está. Preciso evitar formalismos, respostas e perguntas por obrigação, superficialidade. Preciso evitar tudo isso, e ainda mais no que diz respeito as pessoas que amo, ou as que demonstram afeto por mim.

Não há necessidade de ensaio ou atuação pra parecer preocupado e interessado na resposta. Se precisarmos disso, a preocupação maior será rever o que estamos fazendo da nossa vida. A que ponto chegamos? Como funciona isso de não nos importa mais com as pessoas e o que elas estão vivendo?

Sempre que pergunto, seriamente, se alguém está bem, espero algo mais que "bem e vc?". Nem que seja pra dizer que acabou de vir do dentista, tá bordando uma toalha nova, ou tá com vontade de comer mousse de maracujá, mas eu preciso ouvir algo mais que uma resposta evasiva e automática.

Vc tá bem?

Jordana Sousa
Enviado por Jordana Sousa em 11/11/2011
Reeditado em 11/11/2011
Código do texto: T3330818