Divagando...

1. Quando olho pela janela do ônibus que me leva à cidade em que estudo, lembro que as primeiras viagens foram melancólicas ao extremo. Despedidas regadas a lágrimas e promessas infindáveis.

Um lugar diferente, longe de todos que eu já conhecia, e que já me conheciam...

Fazer disso um martírio? Não.

Uma oportunidade de começar de novo, em um mundo novo, cujas portas tinham acabado de se abrir para mim.

Mal sabia eu que ia gostar tanto desse lugar...

2. São livros e mais livros, textos enormes preenchidos de coisas que eu ainda não acredito que podiam ser mais complexas do que eu já conhecia.

Para dizer a verdade, isso me espanta. Saber que todo o conhecimento que eu achava ter é apenas um grão de areia em um deserto.

Me sentir pequena? Não.

Acreditar que eu posso ser grande.

3. Eu não fumo, não bebo, dirijo atentamente, Uso o cinto de segurança, não gosto de estar em lugares onde as pessoas estão desorganizadas (talvez uma claustrofóbica humana), faço com o outro o que gostaria que fizesse comigo, falo baixo, evito palavrões, mal humor e exageros sempre que possível.

Perdendo o melhor da juventude? Não.

Estou ganhando mais vida. Ainda tenho muita história para contar.

4. Ave Gratia Plena, escrito no arco de Sobral. Cheia de graça, de fato. Estou aprendendo a adotar essa cidade como minha. Aqui é onde passarei boa parte da minha vida. Onde eu amadureço. Um lugar que serve de exemplo: suas praças (que não são poucas, muito menos abandonadas ou sujas) recebem diariamente casais apaixonados, crianças e pais. Onde se vê isso na capital?

Cidade-universitária? Não.

Meu segundo lar.

5. Olho pela janela e vejo uma lua cheia a desenhar o contorno de dois prédios a frente do meu. São momentos como esse que me fazem olhar para cima e sorrir. É fato que imagens assim são menos apreciadas ultimamente. Estamos tão cheios de trabalho a fazer, de capítulos para estudar, que tudo passa desapercebido diante dos nossos olhos.

Eu só preciso de um momento assim por dia, como olhar a lua ou ver as nuvens tão pesadas flutuando no céu, para encontrar motivos para sonhar.

Perdendo tempo? Não.

Apenas observando um pequeno milagre.

6. O Levi é um garotinho ora extremamente simpático, ora muito tímido... Mais do que normal para uma criança de 2 anos de idade.

Sabe todo o alfabeto, cores, formas, conta até dez, quer subir escadas correndo e adora fazer barulho.

O mais interessante é que cada vez que eu o vejo novamente, ele já aprendeu mil coisas novas.

Hiperativo? Não...

O bebê da ‘Tia Cacá’.