A poesia me contempla
A poesia me contempla
Com o tempo se distancia.
Mas o tempo é roda
E volta
Com suas palavras
Nem sempre de alegria.
Não há compromisso
Com o que está estabelecido.
É no processo que conseguimos
Reparar nossos costumes.
De deixar de cortar o cabelo
De calar na hora necessária.
E negar toda sua culpa
Com as respostas padronizadas.
Que a vida alheia não te pertence
E nesta selva é melhor ser predador.
Mas qual espécie que compete com os seus
A tornar o próprio ambiente
Espaço de disputa sem prêmio.
Mesmo em tempos escassos
Mesmo em pouco espaço.
E nossa grandeza perante a tudo
É impotente quando pensada
Que não há razão
Para impor
E não deixar o irmão
Transpor a existência de escravo.
Não há sistema que se equilibre
Em solo escasso.
Com leão
Cordeiro
E bezerro
Da mesma espécie.