Não há constância onde há sentimento humano

Em pensamento...

As pessoas que julgo previsíveis podem se tornar minhas maiores surpresas. O trabalho que eu vivo dizendo que odeio pode se tornar o lugar onde me aposentarei. Aquele amigo que seria pra sempre, em qualquer circunstância, pode me virar as costas quando eu mais precisar. Aquele amor jurado, eterno, único pode na verdade durar até o jantar de hoje à noite. Cada um pra o seu lado. O amor deixado pra trás. E o tempo que acredito ainda ter mto, pode ser só até aqui. Agora. O último instante.

Quer saber? Tenho percebido o perigo dos rótulos: “pra sempre”, “nunca mais”, “confiável”, “não gosto”, “boa ou ruim”. Constantemente tenho sido obrigada a trocar os rótulos que usei. E não sem uma boa dose de constrangimento, frustração e perda. A desordem das coisas indefinidas me inquieta. Mas não posso continuar a defini-las usando essa visão e percepção que tenho, tão falhas e limitadas.

As pessoas sempre serão surpreendentes. Aposto nisso. E a atitude dessas tais pessoas tem total influência em minha vida, simplesmente porque não vivo só. Faço figa aqui pra que a pilha de boas surpresas seja maior que as ruins. Mudo de ideia a todo instante. As pessoas também. E isso muda tudo. Não há constância onde há sentimento humano. Aprender a viver com isso é meu desafio constante. Taí a única constância na qual acredito, a do aprendizado.

Jordana Sousa
Enviado por Jordana Sousa em 01/12/2011
Reeditado em 01/12/2011
Código do texto: T3367115